Universidade do Estado do Pará (Uepa) firmou parceria com a Prefeitura de Limoeiro do Ajuru
Diante da carência de álcool 70º no mercado, por conta da pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, a Universidade do Estado do Pará (Uepa) firmou parceria com a Prefeitura de Limoeiro do Ajuru, município do nordeste do Pará, para encontrar uma solução que atenda à demanda pelo produto: reduzir o grau do álcool de 92° para 70°, visto que esse é o ideal para a desinfecção de superfícies e higienização das mãos.
Conforme a parceria, o Campus da Uepa em Cametá, município da mesma região, forneceu materiais de laboratório necessários para o preparo de álcool 70°, entre os quais alcoômetro, becker, proveta e bastão de vidro. A ação conjunta foi idealizada pelo enfermeiro e coordenador de Vigilância Epidemiológica de Limoeiro do Ajuru, Tobias Ferreira Gonçalves, que estudou na Uepa, Campus de Tucuruí.
“Um colega, químico industrial e filho (natural) de Limoeiro, se propôs a fabricar o álcool a partir do iodo. Mas dissemos que nosso estoque era pequeno, e sugeri a ele a transformação do álcool 92° em 70°. Ele precisava dos materiais e o município dispõe, mas é para manusear material biológico. Aí se deu o início do processo de parceria no município. Mas a gente não conseguiria avançar se não tivesse outra fonte de material. Então, lembrei da Uepa, liguei para o professor Rubens (Rubens Cardoso, reitor da instituição), apresentei a demanda, mostrei a nossa proposta de trabalho e como isso poderia contribuir com a população. Ele se colocou à disposição”, contou Tobias Gonçalves.
A iniciativa também contou com o apoio do estudante do 7º semestre de Licenciatura em Química Kaio Barra, bolsista da Uepa e um dos monitores do Laboratório de Química do Campus. Ele atuou na separação dos materiais. “O sentimento é de solidariedade, pois ajudar o próximo é o mínimo que deve ser feito neste momento. E sabemos que o álcool é um dos produtos fundamentais para frear a propagação da Covid -19. E, caso seja necessária a produção de mais álcool 70°, estaremos disponíveis para prepará-lo nas dependências de nosso laboratório”, disse o aluno.
Com todos os materiais, a produção do álcool é feita em apenas um dia, graças ao esforço de vários profissionais, como o químico Iago Tavares e os agentes da Vigilância Sanitária e do Laboratório. “De imediato, a gente conseguiu suprir a demanda do município para disponibilizar o álcool para as equipes de saúde, e em curto prazo minimizou a carência da oferta de álcool no mercado. Além disso, o álcool 70° é o ideal para usar no ambiente hospitalar. Então, a gente acaba conseguindo proteger o profissional, e a população como um todo. Isso também reduz a chance de termos profissionais infectados, que tenham que sair do serviço para ficar em quarentena”, ressaltou Tobias Gonçalves.