Carlos Fonseca argumentou que os primórdios da povoação de Limoeiro remontam a 1895, pois foi elevado à categoria de vila pertencente ao Município de Cametá pela Lei nº 924, de 6 de julho daquele mesmo ano.
Gnácio Moura, por sua vez relata na obra “De Belém a São João do Araguaia – Vale do Rio Tocantins” que em 1887 a visitara e ainda era Freguesia. E continua: “é um ou dois arruamentos de casas pequenas, porém alegres, que a família do geógrafo paraense Dr. Carlos Novaes pretende elevar à categoria de sede de Comarca. Dispunha de uma pequena igreja católica, dá-lhe o cunho cultural da terra, e uma escola mista, regida por uma professora primária que distribuía a instrução primária às crianças da Vila e dos arredores, onde não existia quase analfabeto. Havia uma coletoria estadual independente da de Cametá”.
Possivelmente a posição estratégica do furo do Rio Limoeiro, que dá acesso seguro do Rio Tocantins ao Baixo Amazonas, tenha contribuído decisivamente para a consolidação da localidade.
Sabe-se também, que, em 1911, já figurava como distrito do Município de Cametá.
Observando-se os quadros das divisões administrativas e territoriais datadas de 1933 e 1936, respectivamente, pode-se deduzir que o mencionado distrito permaneceu extinto durante três anos. Entretanto, em 1938, após ter recuperado o antigo predicado, teve o seu nome mudado para Janua Coeli.
José Queiros (1991, p. 99) destaca que em meados da década de 1950, o Estado apresentava um contexto de grandes disputas pelo poder político regional entre Joaquim de Magalhães Cardoso Barata, que havia assumido o cargo de Interventor Federal no Pará entre 1930-1935 e Alexandre Zacarias de Assunção, que também teria sido Interventor entre 1945 e 1946. Em 04 de outubro de 1955, Magalhães Barata por acreditar que os municípios fundados pelo governador Zacarias de Assunção “foram criados de maneira inconstitucional”, resolve por meio de um mandado de segurança anular a medida e extinguir os municípios beneficiados, entre eles Limoeiro do Ajuru, emancipado na administração de Zacarias de Assunção. No caso, tratava-se de mais uma forma de Magalhães Barata se promover politicamente, pois este buscava o título de fundador dos municípios, e assim aumentar o seu prestígio político diante dos municípios por ele emancipados. Como destaca José Queirós (1991, p. 102), os municípios afetados com a medida, eram quase sempre locais de domínio eleitoral de adversários políticos de Magalhães Barata. Neste contexto, em 1955, Limoeiro do Ajuru retornava à condição de 1° Distrito de Cametá. Diante da nova condição, a vila precisava de uma estrutura administrativa, no caso um “subprefeito”, uma espécie de administrador local, com autonomia restrita para atender demandas locais. Desta forma várias articulações levaram a indicação de Waldomiro Gonçalves para o cargo de primeiro subprefeito. Homem de família tradicional na política do município era filho de Manoel João Gonçalves Filho, muito bem relacionado com o então deputado federal Nelson da Silva Parijos. Também era neto de Manoel João Gonçalves, que liderou uma subprefeitura na localidade de Turussu, vinculada a Limoeiro do Ajuru, de onde era rico proprietário de terras, dono de açaizais e responsável pela produção de madeira. Rosilete Pinheiro (1993, p. 05), em estudo monográfico sobre Limoeiro do Ajurú, informa que o a vila na década de 1960 possuía aproximadamente oito mil habitantes. Desta forma, a população não tinha nenhum tipo de política social, devido a grande distância do seu centro administrativo. Para esta autora, a partir de visitas do deputado Bernardino da Costa e Silva, que teria se sensibilizado com essa situação, caracterizada pela ausência de ações administrativas da prefeitura de Cametá, assim como da pressão de grandes proprietários que se sentiam alijados das decisões políticas na região, apresentou o projeto de emancipação da vila na Assembleia Legislativa do Estado do Pará. Ainda em 29 de dezembro de 1961 o município de Limoeiro do Ajuru era fundado, sendo a cidade localizada na mesorregião do Nordeste paraense, possuidora de uma área territorial de 1.404,5 km2.